Ecossistema: Brasil é um dos países que abrigam a maior área de natureza intacta no mundo

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Na terra e nos mares, áreas com nenhuma ou pouca interferência humana são preciosidades para questões ambientais que vão da proteção de espécies nativas às mudanças climáticas.

Ao lado de Austrália, Canadá, Estados Unidos e Rússia, o País aparece em destaque no primeiro mapa global de ecossistemas intactos da Terra já feito por cientistas. O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, e da Sociedade para a Conservação da Vida Silvestre. Parte deste projeto foi apresentada por seus autores em um artigo no site da revista Nature no final de 2018.

Eles alertam que o que está nas mãos destes países é de enorme interesse global, mas há poucas ferramentas hoje para proteger especificamente os ecossistemas virgens.

“Os passos que estas nações tomarem (ou falharem em tomar) para limitar a expansão de estradas e rotas de navegação, e para controlar o desenvolvimento em larga escala na mineração, extração de madeira, agricultura, aquacultura e pesca industrial, serão críticos”, afirmam.

A pesquisa destaca como exemplos de biomas que contêm estas florestas a Amazônia; a tundra e a taiga, presentes em países do Hemisfério Norte como Canadá e Estados Unidos; e regiões desérticas da Austrália.

De acordo com o artigo, há um século, apenas 15% da superfície da Terra era explorada pela agropecuária. Hoje, mais de 77% da terra e 87% do oceano foram modificados por atividades humanas. Vale dizer que o levantamento não inclui partes do alto mar fora de fronteiras nacionais e a Antártica.

Entre 1993 e 2009, 3,3 milhões de quilômetros quadrados de áreas virgens – uma superfície maior que a Índia – foram perdidos para a agricultura, a mineração e outras ações antrópicas, por exemplo.

No mar, áreas livres da pesca industrial, do transporte marítimo e da poluição estão praticamente confinadas às regiões polares.

Alguns especialistas em conservação ambiental defendem que ecossistemas remanescentes em regiões degradadas têm uma preservação prioritária pois oferecem benefícios mais diretos como para a saúde humana e para o desenvolvimento turístico. No entanto, cada vez mais estudos têm revelado as funções cruciais que áreas intactas podem exercer.

Para começar, elas abrigam espécies em uma abudância próxima ao natural – resguardando informações genéticas e processos ecológicos que sustentam a biodiversidade em uma escala de tempo evolutiva.

Por exemplo, no mar, são as áreas virgens que ainda têm populações viáveis de grandes predadores como o atum, o marlim e os tubarões, lembram os autores do artigo na Nature.

Ecossistemas intactos também amortecem desastres naturais e eventos climáticos extremos, do nível local ao global.

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